Notas sobre o livro¶
Conceitos¶
Imperialismo¶
O imperialismo, surgido ao fim do século XIX, intensificou a divisão internacional do trabalho e aprofundou a separação geográfica que reduzia os países colonizados ou recém-independentes a apêndices extrativistas de matérias-primas vinculados às metrópoles.
Entende-se por imperialismo o estágio de desenvolvimento que o capitalismo atingiu quando se afirmou a dominação dos grandes monopólios e do chamado capital financeiro: “Adquiriu marcada importância a exportação de capital, deu-se início à partilha do mundo pelos trustes internacionais e terminou a partilha de toda a Terra entre os grandes países capitalistas”
Neocolonialismo¶
Mesmo após os processos de independência na África, na Ásia e em alguns lugares da América, ao longo do século XX, ainda subsistiram os fenômenos de dominação colonial. Esse novo e complexo arranjo de poder político, cultural e financeiro próprio à luta de classes no interior dos países então interdependentes foi nomeado pelo pensador ganês Kwame N’Krumah como neocolonialismo. Embora tenham obtido independência formal, algumas ex-colônias continuam dominadas pela antiga metrópole e/ou por outras “neometrópoles”, que se utilizam de novas formas de perpetuar a exploração. Um dos elementos importantes da obra de N’Krumah é a dominação cultural, que continua reproduzindo em certas instâncias a velha ladainha colonialista da mission civilisatrice.
Divisão Internacional do Trabalho¶
Nome dado ao ordenamento das atividades econômicas em escala mundial, em que cada país desempenha uma diferente função produtiva. Atualmente se encontra baseada no capitalismo financeiro, nas cadeias produtivas globais e nas relações estabelecidas entre os países desenvolvidos, que concentram a indústria de ponta e serviços financeiros e bancários; os países emergentes, em que a indústria divide espaço com um setor primário consolidado; e os países subdesenvolvidos, cuja economia é baseada na produção primária (Brasil Escola).
Colonialismo Digital¶
Expressão objetiva da composição orgânica do capital em seu atual estágio de desenvolvimento e se materializa a partir da dominação política, econômica, social e racial de determinados grupos, territórios ou países, por meio das tecnologias digitais.
Sua existência pode ser pensada a partir de dois elementos intercambiáveis: a nova partilha territorial do mundo e o colonialismo de dados.
Pensamentos¶
Possível área de estudo: "Quais são as dificuldades do Brasil para uma soberania de dados?". Organizar e entender primeiro o que precisamos para descolonizar os dados, e depois quais são os entraves e os impactos dessas ações. Antes disso, porém, precisamos desenvolver o imaginário de porque isso é de suma importância para nós no atual contexto social.
O próprio livro já trás: Nos falta infraestrutura, na forma de materiais físicos como cabos e data centers, nos falta capital intelectual, na forma de intelectuais e pesquisadores, de engenheiros e desenvolvedores, e nos falta dinheiro pra bancar tudo isso, além de sermos barrados judicialmente por questões legais de licenças e os krl.
Outra possível área de estudo: Mapear o alcance das big techs em todas as áreas do Estado. O que eu sei é que tão presentes em quase tudo, tipo universidades, administração pública, etc., mas deve ir muito além disso.