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Warcraft 1

Humanos

Crônicas da Guerra em Azeroth

Um tratado dos eventos que levaram a guerra entre a Humanidade e as Hordas Órquicas, como relatadas por Sir Lothar, Cavaleiro do Reino.

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Tudo estava em paz por gerações sob o reinado do Rei Wrynn III. A criança feiticeira Medhiv nasce de uma relação entre o Conjurador da corte e uma misteriosa viajante. Depois da criança nascer, a mulher desaparece, e o bebê é levado para os cuidados da corte.

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O Rei Wrynn e Lady Varia tem seu primeiro e único filho, Príncipe Llane. O dia do seu nascimento é marcado com grande celebração, e o Rei distribui uma peça de ouro para todas as pessoas do reino.

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Medhiv alcança o seu 12.º aniversário, e como tal marca a Era da Ascensão da vida infantil para a vida adulta, e em breve o mesmo receberá o título de Aprendiz Conjurador da Corte. Porém, na véspera de tal ocasião, o garoto acorda no meio da noite com estranhos sonhos de criaturas viz. em perseguição em um abismo acidentado. Assim que seu pai toca a febril testa do garoto, uma explosão mágica começa a verter pelo jovem feiticeiro, mandando ondas de energia arcana longe o bastante para alertar os clérigos de Northsire Abbey. É necessário mais de 100 clérigos, em conjunto com o Conjurador, para salvar Medhiv, fazendo-o dormir em um sono profundo e um estado de coma. Seu pai, porém, não sobrevive ao embate e cai morto, sugado de toda sua energia vital.

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Llane alcança a sua Era da Ascensão, e é coroado como Príncipe de Azeroth. No meio da cerimônia, um vento frio começa a correr entre as janelas, e quando a força do vento abre as portas, uma figura encapuzada adentra o salão. As luzes das tochas bruxuleiam em azul enquanto Medhiv se senta em frente à mesa do Rei. Ele diz que seu descanso acabou, e que veio oferecer um presente de agradecimento pela corte ter cuidado tão bem dele, e pela Ascensão do Príncipe. O feiticeiro então estende uma ampulheta do mais escuro ônix, com as areias tão brancas quanto a neve. O príncipe analisa com cuidado e percebe que mesmo que a areia continue caindo de cima para baixo, ela não diminui o volume em cima, nem aumenta o volume em baixo. Medhiv explica que essas areias representam o povo do seu reino, e que enquanto o vidro não tiver esvaziado, o reinado do Rei Wrynn não irá falhar.

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Seis anos se passaram, e o povo começa a ficar estranhamente doente. Lavrouras começam a falhar nos solos mais ricos do reino. Crianças pegam alguma gripe e nunca se recuperam. Até o humor do povo parece obscurecer. O clima está confuso e cruel, ventos frios na época de colheita, e um sol escaldante no verão que impossibilita o trabalho fora da sombra. Clérigos e conjuradores não sabem explicar o motivo desses acontecimentos, e situações que antes não causariam nem um tipo de reação, agora facilmente irrompem em discussão e intriga.

Durante uma manhã cinzenta, o Príncipe Llane se apressa aos aposentos de seu pai, o Rei, ele diz que durante a noite as areias de sua ampulheta correram todas para baixo, e que agora o vidro estava quase vazio. O rei observa o objeto enquanto um calafrio corre pelas suas entranhas. Assim que o último floco de areia cai, um baque surdo é ouvido nos portões da fortaleza de Stormwind Keep. Criaturas monstruosas e desfiguradas avançam pelas ruas trucidando a todos que se encontram no seu caminho.

O Rei imediatamente manda a Rainha Varia e seu filho para Northshire Abbey, e manda aguardarem notícias de que a fortaleza está segura contra os invasores. Esse dia ainda não chegou.

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Aos vinte anos, Llane é pronunciado Rei de Azeroth. Sua tarefa é clara - livrar as terras das criaturas. Os poucos que sobreviveram a batalha referem-se como Orcs. Ao serem questionados, irão dizer pouca coisa mais, preferindo morrer do que liberar informações. Eles são cruéis, sádicos e vis, e não fazem distinção entre soldado ou criança, guerreiro ou mulher. Eles vão abater qualquer um que encontram sem nem pensarem, e os poucos que eles poupam são levados para os pântanos infestados do leste. O que eles fazem com esses azarados não é conhecido, pois nenhum ainda retornou.

593

Depois de quase dez anos de combates nas bordas do reino, as hordas órquicas são empurradas de volta para seus pântanos. O Rei Llane descobriu que os orcs, mesmo furiosos e incrivelmente forte, não possuíam instrução em batalha e eram desorganizados, o que foi crucial para segurá-los.

Nenhum clérigo ou conjurador foi capaz de dizer de onde as criaturas vieram. Porém, no décimo ano do reinado do Rei Llane, uma viajante misteriosa chega à corte. Ela diz que veio com informações para ajudar na a luta contra os inimigos do reino. A sua relação com o Conjurador da Corte tinha o objetivo de gerar um ser de grande poder, capaz de aprender os misterios da magia com sua mãe. O que ela não esperava era que chamados desse e de outros mundos iriam tirá-la das suas atividades com o garoto. Agora, o jovem feiticeiro cresceu, e é um farol de poderes místicos.

Ela o buscou na noite anterior, e descobriu que seu filho se perdeu para o poder que contorce em suas veias, tornando-o insano. Percebendo a ameaça que ele se tornou, a mulher é forcada a destruí-lo, mas quase morre por isso.

Ela revela que ele foi o responsável pela vinda dos Orcs para esse mundo, e que na noite em que o Conjurador morreu, o garoto inadvertidamente abriu um portal mágico para o mundo das criaturas.

Ela diz que ambos sairam exauridos do combate, mas ele conseguiu bani-la da sua presença. Mesmo assim ele continua ganhando poder, e ela espera que essa situação seja tratada com urgência, antes que ele se torne um perigo para todo o mundo.

Orcs

O Destino das Hordas Órquicas

A história e lendas sobre a invasão e o domínio das terras dos Homens, escrito por Garona do Conselho Sombrio (Shadow Council).

As estórias de batalhas e vitórias sempre foram contadas, e no passado, era responsabilidade dos líderes de cada assalto documentar o passado. Ainda que bons líderes na guerra, esses chefes não tinham habilidade para colocar os escritos em palavras escritas. Eu apresento um exemplo:

"Thok vai por buraco brilhante. Aí eu caio, mas eu bem. Eu acho muitas coisas boas para comer. Nós achamos vilarejo. Nós esmagamos eles e comemos a sua comida. Thok vai parar agora. Cabeça dói de escrever"

O fato de que sou de linhagem tanto Órquica como Humana, combinado com as habilidades e o aprendizado que adquiri das minhas jornadas, me elevou para a posição que agora ocupo. Como chefe intérprete para o Shadow Council, o dever de preservar os acontecimentos de nossa conquista deste mundo, e a eventual cruzada para a terra da Humanidade, caiu sob meus ombros. Eu, Garona, agora humildemente apresento aquela história...

O destino da nossa raça já tinha sido previsto pelos sábios há muitas eras. Nós iríamos dominar toda a terra, e assim fizemos. Nosso poder foi lentamente se alastrando, enquanto espalhávamos sombras e dor em nosso rastro. A partir dos pântanos, nosso povo foi se alastrando pelas eras em todo e qualquer tipo de terreno, seja ele planícies, florestas ou litorais rochosos. Nenhuma raça era párea para nós. Aquelas que tentavam resistir eram liquidadas pela magia arcana de nossos Bruxos e Necromantes. Por fim, nós dizimamos e escravizamos todos aqueles mais fracos que nós, controlando tanto a natureza como as criaturas que nela habitavam, elevando-nos finalmente ao pináculo desse mundo.

E ainda assim nós desejávamos mais. Intrigas foram surgindo e clãs foram sendo criados, sempre em busca de mais territórios, tentando saciar a sede por sangue, guerras e conquistas. Os únicos que não compartilhavam dessa sede eram os Bruxos. Eles estavam preocupados de que a constante batalha entre os Orcs fosse resultar no fim da nossa espécie, assim rompendo com o equilíbrio entre as forças necessárias para realizar suas mágikas. E assim decidiram que, para manter esse equilíbrio, as hordas órquicas precisariam ser fornecidas com novas batalhas contra um inimigo comum.

Foi durante esse período que os seus estudos se depararam com um pequeno rasgo dimensional. Eles imaginaram que poderiam abrir uma espécie de portal para outros domínios, e assim passaram eras estudando e experimentando com ele. Até que enfim conseguiram expandir o rasgo até que um dos seus pudesse passar para o outro lado.

As histórias que o seu colega trouxe do outro lado quase foram suficientes para convencer os bruxos de que o portal tinha o deixado louco, porém as estranhas plantas que ele trouxe de lá confirmaram o seu relato. Com isso eles se reuniram com os chefes dos clãs para pedir uma trégua das guerras por um ano, onde no fim desse período eles teriam novas terras para desbravar e conquistar.

Quanto maior o portal ficava, mais fácil era controlá-lo, e em questão de três luas um pequeno batalhão de tropas foi convocado para realizar a travessia. Após se submeterem a um arco-íris de explosões de luz arcana, o que os recebeu do outro lado foram planícies cinzentas que lentamente foram sendo agraciadas pelo calor laranja do Sol. Os guerreiros se depararam com construções pontudas de pedra, caminhos de chão batido e pequenas criaturas rosadas e carentes de músculos, um banquete fácil para a tropa.

A tropa então investiu contra o vilarejo, massacrando todos que se encontravam no seu caminho. Os machos demonstraram uma leve resistência, porém as fêmeas e os filhotes foram mais fáceis do que levar um grok para o abate. Não havia muitos espólios interessantes, porém as plantações eram de um grão gostoso, e o escasso gado também tinha se provado excelente. A manufatura humana era estranha para o povo órquico, e por isso foi imediatamente confiscada pelos chefes dos clãs, que ficaram ansiosos com a exploração dessa frágil terra que se tornaria mais uma gema na coroa do domínio órquico.

No início fomos cautelosos e exploramos a nova terra em busca de informações sobre os seus habitantes, e descobrimos que os seres que lá habitavam eram como nós em diversos aspectos. Uma paulada na cabeça leva à morte, assim como a fome, e a dor resulta em reações parecidas com todos os nossos antigos inimigos, algo útil para extrair informações.

Descobrimos então que essa terra se chama Azeroth, e que o povo se autodenominava como Humanos. Assim fomos explorando até que a ganância dos chefes falou mais alto, e ficou decidido que um assalto à grande fortaleza do norte resultaria no fim dos Humanos e na ascensão dos Orcs ao poder. Com isso mais e mais tropas foram sendo enviadas para o novo mundo, e com elas parecia que um pouco da nossa terra os acompanhava. Os bruxos disseram que era algum fenômeno ligado ao portal, mas o fato é de que logo todo o nosso entorno se tornou tão desolado como a nossa terra natal.

A entrada no castelo se mostrou algo simples, pois o que fez essa terra próspera e atrativa para o nosso povo também fez dos seus habitantes seres frágeis. Avançamos e destruímos com pouca resistência, e a vitória se mostrava certa até a chegada dos grandes soldados montados. Esses seres musculosos montavam bestas enormes que devastaram nossas tropas, reunindo seus companheiros para nos expulsar das fortificações, e consequentemente nos fazendo recuar para o portal que levava a nossa dimensão.

Cerca de quinze anos se passaram desde que essa crítica decisão alterou o rumo do nosso destino. Muitos argumentaram pelo fechamento do portal, enquanto outros lutavam para convencê-los de que poderíamos vencer com outra investida contra os Humanos, se reuníssemos todo o nosso poderio. No meio dessa discussão um Orc se destacou pela sua acuidade e esperteza, e aos poucos o seu poder político cresceu a ponto de ninguém mais conseguir se opôr aos seus planos. Após oponentes chave serem silenciados e negociações serem cautelosamente manipuladas, o reinado do grande Orc Chefe Guerreiro Blackhand estava sobre o nosso povo.

Sua crueldade e dominância em batalha são apenas ofuscadas pela sua sede de poder. Ao estudar os modos com que os exércitos Humanos conseguiram derrotar os números superiores dos Orcs a partir de estratégia, ele aprendeu a trazer organização para as nossas pilhagens. Buscando auxílio de ambas as casas das artes arcanas, ele conseguiu unir todos os clãs órquicos - os Exércitos, os Bruxos e os Necromantes. Para assim trazer a eventual destruição da raça Humana. A Era do Caos agora está ao nosso alcance.