O Chamado de Cthulhu¶
O conto é dividido em partes. Na primeira o narrador conta sobre o seu tio arqueólogo que faleceu recentemente e deixou tudo para ele. Ao examinar suas notas o narrador encontra uma peça estranha em baixo relevo que ele nunca viu antes, e diversas notas escritas por seu tio, junto com recortes de jornais. Fala sobre como um jovem escultor chegou num certo dia à casa do tio com uma peça em baixo relevo que ele sonhou. Era uma figura com cabeça de polvo, corpo humanóide e asas de morcego, e nos lados tinha escritas em uma lingua desconhecida. O velho professor arqueólogo ficou obcecado pela peça, como se tivesse relacionado com algo do seu passado. Ele pede para o rapaz contar mais sobre esses sonhos, e ele diz que tem visões de uma cidade molhada com uma geometria toda errada. Dias depois um grande tremor acontece e o rapaz entra em uma espécie de coma nervoso, diversos jovens artistas começam a relatar sonhos estranhos com a cidade ciclópica e o ser monstruoso descrito de forma parecida com aquele da escultura. O período é entre 23 de março e 2 de abril. Tanto o jovem escultor como os outros artistas relatam sonhos com a cidade, o monstro, e os sons guturais que ao tentarem se escritos com símbolos romanos seria algo como "Cthulhu", "R'lyeh" e "ftaghn".
A segunda parte relata de onde o professor reconheceu a escultura de argila em baixo relevo. Foi de uma convenção de arqueologia onde o professor e os mais notórios cientistas entraram em contato com um inspetor de polícia da Louisiana, que carregava uma escultura em pedra verde rugosa nunca antes vista. Todos ficaram estupefatos com a ancestralidade da peça, e com o seu estilo estético nunca antes visto nas culturas da antiguidade. Um dos professores se lembra de ver algo parecido quando viajava pelo Tibete e encontrou um culto de esquimós frenéticos.
(Lovecraft exala racismo em diversos momentos, especialmente quando fala de outros povos, sempre relacionando a cultura africana a coisas ruins ou selvagens)
O inspetor então relata como tomou posse do objeto. Ele diz que um povoado perto do pântano os chamou quando diversas pessoas sumiram da vila, e que estavam ouvindo cânticos e tambores bem dentro da floresta negra e proibida. Lá dentro os policiais acharam uma cena de horror quando adentraram uma clareira onde cultistas dançavam e faziam sacrifícios humanos à pequena estatueta que se encontrava num altar elevado e circundado por chamas.
Tanto o inspetor como o professor do relato do tibete concordam sobre as palavras que ouviram, e com ajuda dos cultistas presos e interrogados chegam nas informações sobre os Deuses Antigos, que viviam na terra antes do homem e que jazem dormindo na cidade afundada de R'lyeh. Eles não são materiais, mas transitam entre dimensões e conversam com os humanos a partir de sonhos. Um dia quando as estrelas estiverem alinhadas eles acordarão, com a ajuda do sumo sacerdote Cthulhu. O trabalho dos cultistas é fortalecer e viabilizar esse despertar.
A terceira parte é sobre um marinheiro norueguês que virou notícia depois de ser encontrado delirando em um barco, ele abraçava uma estatueta parecida com aquela de Cthulhu. O marinheiro relata sobre como sua tripulação foi bloqueada por um iate suspeito com "mestiços" (racista do krl). Quando o navio do norueguês quis continuar, o iate abriu fogo contra eles e uma luta sangrenta se deu no convés do navio. Os "mestiços" foram massacrados e os oito sobreviventes nórdicos encontraram um estranho altar na cabine do iate. Curiosos sobre o que o iate estava bloqueando passagem, eles avançaram em direção ao que parecia ser uma ilha não catalogada. Chegando mais perto notaram que era um monólito gigantesco de pedra esverdeada, que o narrador faz a relação com a cidade inundada e ciclópica de R'lyeh. Ele quase se desespera ao imaginar que aquela ilha era apenas o topo de uma estrutura dedicada ao sumo-sacerdote Cthulhu. O marinheiro conta sem entrar em detalhes que alguns dos seus companheiros desfalece apenas ao descerem nas praias da ilha, e que ele e os restantes decidem escalar a estrutura pegajosa até o seu topo. Lá eles encontram o que pode ser descrito como uma gigantesca porta, mesmo que seja difícil ter certeza devido à sua geometria alienígena e não-euclidiana. O portal titânico desliza para a diagonal e abre uma bocarra negra de sombras quase palpáveis, e lá dentro eles escutam um som nojento de algo bulboso se rastejando. Dois dos companheiros morrem de horror na hora, e os outros observam delirantemente o gigantesco ser com cabeça de lula, corpo de dragão e asas de morcego que cambaleia pelas paredes verdes em direção dos marinheiros. Eles saem correndo, mas não antes das garras da criatura dilacerar mais dois deles. Os únicos sobreviventes é o marinheiro norueguês e um colega, que na fuga desesperada para o navio acaba olhando para trás e tem sua mente derretida com a visão do monstro titânico os perseguindo. Por um ato de bravura o marinheiro no timão dá meia volta e à toda velocidade vai de encontro com a cabeça bulbosa de polvo do monstro, explodindo-o em mil pedaços, apenas para depois presenciar com horror os pedaços do monstro se reorganizando novamente.
O marinheiro volta para casa, é julgado em tribunal e volta para sua terra natal em Oslo, onde morre depois de trombar com dois marinheiros suspeitos. O narrador termina seu relato ciente de que os cultistas ainda vivem e vão lhe matar, assim com fizeram com seu tio e o marinheiro, e que o sumo-sacerdote dos Deuses Antigos provavelmente foi aprisionado novamente depois do dia 2 de abril, quando terminou o intervalo de loucura cósmica.