O Hobbit¶
Bilbo é um hobbit, um ser pequenino, barrigudo e de pés descalço que adora chá, cachimbos e comida. Ele mora numa toca luxuosa na encosta d'A Colina, com uma porta redonda e verde com uma maçaneta bem no centro. Um belo dia ele estava baforando seu cachimbo depois do desjejum quando Gandalf aparece. Ele é um sujeito alto, de chapéu pontudo e robes longos, ambos cinzentos, com uma barba branca. O hobbit diz um espirituoso "bom dia", e é indagado por Gandalf sobre qual o sentido daquelas palavras. Ele se surpreende pelo filho de Beladona Tûk não se lembrar dele, e depois diz que o perdoa e que vai incluí-lo em uma aventura. Bilbo diz que não tem interesse e diz para ele aparecer qualquer outro dia para o chá, quarta-feira talvez. Mas fica tão agitado que nem se lembra do compromisso, e, ao chegar a data, se depara com um anão de barba azul e capa verde cinzenta, era Dwalin.
Em seguida, diversos anãos chegam à sua porta. Bilbo os recebe como um bom anfitrião. Por fim, Gandalf chega e apaga a runa que pintou na sua porta. Eles jantam e cantam sobre sua sina. Eles não estão confiantes com o Hobbit, e isso faz ferver o sangue Tûk dentro dele. Gandalf o apoia dizendo que ele é o gatuno escolhido para essa missão.
Gandalf dá a Thorin o mapa de Thror e a chave lateral da montanha. Eles então contam a história sobre como o dragão Smaug assolou a cidade de Valle, e de como ele tomou para si todo o tesouro da montanha dos anãos. A ideia é levar Bilbo como um gatuno capaz de se esgueirar pela porta.
Bilbo acorda no outro dia feliz de que os anãos se foram, e desfruta de um bom desjejum quando Gandalf aparece na sua porta. Ele diz que Bilbo está atrasado e que Thorin escreveu uma carta a ele, dizendo para ir até a estalagem Dragão Verde, no Beirágua. De lá começaram sua aventura, viajando em Pôneis, cantando e se dirigindo sempre para o leste. Uma forte chuva fez com que todos focassem molhados e com frio, sem esperança de acenderem uma fogueira. Um dos pôneis fugiu assustado e se perdeu no rio, com um carregamento de comida. Então Balin, o vigia do grupo, vê uma luz avermelhada no horizonte. Decidem então mandar Bilbo verificar o que é, e ele se depara com três Trols discutindo sobre sua fogueira.
Bilbo tenta roubar a carteira de um dos trols enquanto eles discutem, mas ela é do diabo e falava. O trol o captura e o interroga sobre seus companheiros, assim um por um atacam os brutamontes e são capturados em sacos de linho. Thorin chega por último e consegue cegar um dos trols, acertando a boca de outro, mesmo assim é capturado. Enquanto os trols discutem sobre como cozinhar os anãos, Gandalf surge e confunde os trols para causar brigas e atrasar eles até que sol nasce, e eles viram pedra.
A comitiva se depara com as montanhas nevoentas, onde um vale corre longo e sonolento nas noites de verão. Uma música é cantada por vozes alegres que se escondem no meio das árvores, são os elfos de Valfenda. Lá o amigo-dos-elfos Elrond vive, um importante filho de elfos e homens que está presente em diversas histórias, tanto passadas como futuras. Na sua casa, os anãos, o hobbit e o mago descansaram, se recuperaram e receberam bons conselhos. Elrond reconheceu as espadas recuperadas dos trols por Gandalf e Thorin. A de Thorin era Orcrist, a Corta-gobelim, e a de Gandalf era Glamdring, Martelo-do-inimigo, que o rei de Gondolin certa vez usou.
Bilbo, Gandalf e os anãos saíram empolgados de Valfenda, confiantes de que tudo daria certo. Mas após dias subindo as montanhas nevoentas, eles foram ficando cada vez mais agourentos com o seu destino. Chuva incessante, luta de tempestade de raios e gigantes de pedra fazendo festa os levaram até uma caverna na montanha. Estavam finalmente secos e descansando quando uma ranhura na parede da caverna se abre e gobelins começam a jorrar de lá. Os anãos e o hobbit são capturados, menos Gandalf que conseguiu se safar jorrando um leque de raios que deixou vários deles tostados. Ao serem levados até o grande chefe gobelim, um ser gordo e enorme que quis saber quem eram e o que queriam. Eles tentam se safar, mas ao vislumbre da espada élfica de Thorin todos entram em frenesi, pois odiavam a Orcrist, a matadora de gobelins. Eles conseguem fugir com a intervenção de Gandalf, que apaga todas as luzes e usa a fogueira central para atacar com chamas vermelhas provenientes da sua espada Glamdring, o martelo-do-inimigo. Conseguem escapar, mas com os gobelins no seu encalço, que sorrateiramente atacam Dori, que estava na retaguarda carregando Bilbo. Eles caem, o hobbit desmaia e não vê mais nada.
Bilbo acorda no breu total da caverna, e percebe a sua adaga brilhando na escuridão. Ele então decide seguir em frente até se deparar com um lago sombrio. Nesse lago vive Gollum, uma criatura magricela e curvada que perdeu o contato com o mundo exterior há muitas eras atrás. Ele se aproxima do hobbit por curiosidade no seu barquinho, e o convida a jogar adivinhas em troca de mostrar o caminho da saída. Os dois se mostram ótimos nesse jogo e isso faz a criatura se irritar. Bilbo então se desespera e fala mais para si do que para os outros: "O que tenho nos bolsos?". Ele tinha achado um anel no chão da caverna, colocando no bolso e o esquecendo logo em seguida. Agora ele usa a pergunta como charada e Gollum não consegue responder. Gollum então diz que precisa pegar algumas coisas antes de guiar o Hobbit para a saída, e com isso ele queria uma chance para pegar seu "presente de aniversário", o anel mágico que Bilbo encontrou por acaso. Ao colocar o anel, Bilbo se torna invisível, e assim segue Gollum pelo caminho até a porta dos fundos da caverna. Lá ele consegue passar pelo Gollum pulando por cima dele, e em seguida escapa dos gobelins se esgueirando pela porta, mas não antes de deixar alguns botões do seu gibão ao tentar atravessá-la.
Bilbo reencontra sua comitiva do lado fora da caverna. Todos estão felizes de vê-lo e agora passam a respeitá-lo como um gatuno habilidoso. Agora seguem descendo a encosta da montanha, aproveitando os últimos raios de sol para criarem distância dos gobelins.
A comitiva desce das montanhas nevoentas por uma encosta íngreme e estéril, por sorte não são esmagados pelas avalanches. Chegam a uma floresta densa e caminham até o crepúsculo, quando se deparam com uma clareira iluminada pela lua. Ao se aproximarem começam a ouvir uivos sinistros, e logo percebem que o som está chegando mais perto e os cercando. Decidem então subir nas árvores para se protegerem, e logo em seguida centenas de Wargs aparecem, os grandes lobos malignos Eles cercam e começam a conversar com o seu líder, um grande lobo cinzento. Gandalf entende sua língua e ouve como hoje estava marcado com os gobelins um assalto contra os homens e suas fazendas do sul. Gandalf então começa a jogar pinhas flamejantes nos lobos, até que os gobelins chegam e ateiam fogo nas árvores que eles estavam apinhados. São salvos de última hora pelo grande Lorde das Águias.
As águias os deixam mais ao leste, em uma grande elevação no meio do rio, a Carrocha. Lá fizeram seus planos e Gandalf os alertou de que em breve se despediria do grupo, pois seu trabalho de levá-los pelas montanhas nevoentas tinha sido feito. Em seguida diz que há um lugar onde podem conseguir abrigo e suprimentos, e os leva até lá. Um homem grande e forte chamado Beorn mora nas bordas de Trevamata, e ele é um troca-peles. Um druida que pode se transformar em animais e que conversa com eles, vivendo em harmonia com a natureza. Ouviu a história da jornada dos anãos e forneceu a eles montarias, comida e orientações para a travessia por Trevamata que está por começar.
A comitiva avança na floresta e se depara com um rio encantado. Eles atravessam a partir de um barquinho que estava do outro lado da margem. Porém, chegando do outro lado, um grande cervo avança sobre eles e Bombur cai na água, sendo resgatado, porém, caindo em um sono profundo, com sonhos de vastos salões e festas na floresta à luz de tochas. Depois disso avançam na trilha até não aguentarem mais, e mandam o hobbit subir uma árvore e espiar pelo fim da floresta. Ele não vê nada além de um mar verde e de grandes borboletas negras. Depois disso começam a surgir clareiras com luz e sons de música. Elfos-da-floresta estão festejando, porém, somem imediatamente quando os anãos adentram seu perímetro. Isso acontece mais duas vezes, até que bilbo é empurrado para frente e cai em sono. Quando desperta se depara sozinho e no escuro total. Ele vê então uma região mais escura que o breu e identifica com horror que os anãos foram capturados e pendurados nas árvores por terríveis aranhas. Elas estão conversando sobre como comer seus companheiros quando Bilbo toma coragem e começa a atirar pedras contra elas. Em seguida atrai todas para longe, cantando troças e fugindo usando seu anel mágico. Ele assim resgata os anãos e os ajuda a escapar, chamando as aranhas para longe e matando várias delas com sua adaga élfica, que a apelida de "Ferroada". Enquanto isso, Thorin se depara cativo dos elfos, que querem saber o que ele faz lá e onde está o seu tesouro, algo de suma importância para o rei élfico.
Os anãos discutiam o que fazer quando foram capturados pelos elfos da floresta. O rei queria saber o que queriam ali e ao não receber resposta trancou eles, todos menos bilbo, que escapuliu usando seu anel mágico. Ele vagou por semanas e aprendeu o local de cada um dos anãos, bolando enfim um plano desesperado de escapar de lá. Havia um alçapão de carvalho que se abria para os barris da adega do rei serem transportados rio abaixo. Em um evento especial que deixou todos os elfos em festa, Bilbo colocou cada um dos anãos em barril, sendo ele mesmo transportado se agarrando ao topo de um deles. Assim conseguiram escapar despercebidos da grande caverna fortaleza do rei élfico.
Bilbo e os anãos descem o rio da floresta em direção ao Lago Longo, e a cidade dos homens que viviam ali. A Cidade-do-lago, como era chamada, vivia do comércio com os elfos das balsas e dos outros povos de homens do sul. Thorin chegou à cidade anunciando-se o neto do Rei sob a Montanha, e foi recebido como tal. Após semanas se recuperando, decidem enfim partir rumo ao norte, para a Montanha Solitária.
Após semanas vagando no sopé sul da montanha solitária, Bilbo, Fili e Kili descobrem uma escadaria que dava para a soleira da porta secreta. Passaram dias rondando a porta em busca de uma forma de abri-la, até que bilbo descobre o segredo a partir das atitudes de um torvo negro que comia um caracol em uma abertura da porta. Ela precisava dos raios do sol poente do último dia do outono, e assim uma pequena abertura surgiu, onde Thorin enfiou a chave que havia recebido com o mapa de seu avô. Assim os anãos conseguiram abrir a pequena porta secreta, e Bilbo adentrou para seu último trabalho e maior desafio até agora.
Bilbo adentra o vasto salão principal da montanha, e se depara com uma imensidão indescritível de tesouros. Ouro, prata e toda sorte de gemas preciosas, um verdadeiro mar de tesouros, onde uma grande serpe jaz dormindo. Era Smaug, o temível dragão. Bilbo então escolhe uma jarra do meio do tesouro e a leva até os anãos. Porém, a felicidade deles dura pouco, pois Smaug acorda e da falta da jarra imediatamente, visto que sabe de cor cada peça do seu precioso montante. Ele então sai da montanha como um terremoto e vulcão em erupção, e demora todo o fim do dia até que se cansa e decide voltar. Bilbo então é mandado de novo para as profundezas para assim tentar descobrir alguma fraqueza do poderoso Smaug, e se depara com o dragão semi acordado e esperando por ele. Mesmo sem poder vê-lo nem ouvi-lo (devido ao anel e dos sorrateiros pés de Hobbit), ele ainda assim pode farejá-lo, e assim o interlope sobre o que ele quer ali. Após trocar charadas com o dragão, bilbo descobre uma fraqueza na grande barriga da serpente, e decide voltar para dizer isso aos seus companheiros. Faz isso, porém, uma troça de despedida que enfurece a serpe, e ele sai em disparada para destruir a Cidade-do-Lago, de onde tem certeza que Bilbo, o "Cavaleiro-do-barril" veio ou teve ajuda. Isso o deixa profundamente triste, e ao se deparar com o mesmo tordo na sua pedra, se enfurece e joga uma pedra contra a ave, que desvia e continua tranquila onde estava. Thorin o adverte e diz que essa é uma espécie rara de tordo, que vivia na época de seu avô e que dizem era capaz de conversar com o povo de lá, enviando mensagens de um reino para o outro. E assim o tordo fica até que os anãos terminem de confabular sobre como podem chegar perto da fraqueza de Smaug, um pedaço da carapaça do peito esquerdo que está desprotegido. Após ouvir isso, a ave alça voo em direção ao sul. Bilbo está nervoso com o silêncio de Smaug, e pede para entrarem no túnel para se protegerem, pois acredita que inevitavelmente o dragão há de encontrar o seu acampamento na soleira da porta secreta. Eles entram bem a tempo de tudo atrás de si desabar pela fúria do dragão.
Bilbo e os anãos exploram o salão do tesouro, aproveitando o sumiço do dragão. Bilbo foi na frente e se deparou com Ankhen, a pedra da luz que é chamada de Coração da Montanha, o tesouro mais valioso de Thror. Thorin a procura incessantemente mas não sabe que Bilbo a pegou. Eles então se vestem com as armaduras e armas do salão, e bilbo é agraciado com uma cota de malha feita de mithril. Eles então sobem para o portão principal da montanha e saem em direção ao Montecorvo onde pensam como podem resolver a questão da grande serpe que os atormenta.
Smaug voa em direção à Esgaroth, a cidade do lago. Lá os homens preparam uma defensiva, porém com pouca esperança. Mulheres e crianças já se dirigiam aos barcos para fugirem, junto com o covarde Mestre da cidade, quando o lider da guarda Bard, monta sua última defesa. Ele é descendente de Girion, rei de Valle, e por conta disso consegue entender a fala do tordo que pousa no seu ombro. A ave então diz da fraqueza de Smaug, e pede para Bard guardar sua última flecha para quando a luz da lua iluminar a carapaça inferior do dragão. Assim Bard, com seu grande arco de freixo, lança a flecha de metal escuro proveniente dos tempos de Valle e que nunca falhou com ele, sendo sempre recuperada. A flecha percorre reta e trespassa o dragão, sumindo cabo e pena para dentro da serpe. Ele assim cai no fundo do lago, levando consigo Esgaroth junto. O velho tordo retorna aos anãos e parece ávido para dizer algo. Nenhum deles o entende, e Balin diz que desejava que fossem corvos, pois eles eram grande amigos dos anãos e conversavam com eles. Um velho amigo deles era Cram e sua esposa, que viviam em cima da casa de vigia de Montecorvo. Ao ouvir isso o velho tordo foi-se embora e voltou em seguida acompanhando de um corvo ancião, que dizia filho de Cram e que conseguia conversar com todos eles, pois usava a língua comum. Ele disse as noticias da morte do dragão, e que tanto homens como elfos estavam se movendo para a Montanha em busca dos tesouros que imaginavam estar desgarrados. Assim Thorin se enfurece devido à ganância do tesouro do dragão, e pede para os corvos enviarem pedidos de ajuda até as colinas de ferro onde seu primo Dain vivia. Depois disso os anãos se preparam para barricar o portão principal da montanha, e Thorin rejeita qualquer tipo de negociação com Bard, o descendente dos homens de Valle que matou Smaug com uma flechada bem em seu ponto fraco, que ele ficou sabendo pela dica do velho tordo que voou até ele.
Bilbo está farto da montanha, e começa a elaborar um plano quando ouve as preocupações de Thorin a respeito da pedra Arken, que ele não consegue encontrar e jurar destruir qualquer um que esteja em posse dela. Assim ele escolhe uma noite sem lua e sai em direção ao acampamento dos elfos. Lá ele fala com Bard e o rei-elfo, e diz que Dain está vindo, e que a pedra Arken pode ser um bom contrapeso nas barganhas com Thorin. Ele a deixa lá e retorna para seus amigos, não antes de falar com Gandalf, que está muito impressionado com o Sr. Bolseiro.
Thorin se enfurece com o hobbit e não quer saber de negociação, confiante de que o exercito de seu primo seja suficiente para sobrepujar as forças que o cercam. Assim a guerra está prestes a explodir entre anãos, elfos e homens quando do norte vem uma tempestade negra. Entre ambos exércitos Gandalf aparece e pede para que parem com aquilo, dizendo que os gobelins de Bolg, filho de Azog, estava vindo atacá-los. A luta então começa, conhecida como A Guerra dos Cinco Exércitos, onde os gobelins quase conseguem derrotar os homens, anãos e elfos ali reunidos, se não fossem as Águias que chegam para ajuda-los.
Bilbo volta pra casa com gandalf e vê que estão leiloando suas coisas por pensarem que está morto. Gandalf conta a Elrond sobre a reunião de magos brancos e como eles livraram Trevamata do domínio do Necromante. Assim o livro acaba, com Bilbo em sua toca de Hobbit, recebendo Gandalf e Balin para um chá.